Caminhos de Alma

Possuímos o melhor e o pior, sabemos a diferença entre o bem e o mal.

Ao longo dos anos esperamos que não desistam de nós, que nos vejam como somos, que acreditem que somos especiais.

Provavelmente ninguém nos conhece tão bem como nós próprios mas então porque não encontramos alguém que se interesse em conhecer-nos?

Dá trabalho, custa pormo-nos em stand-by para "perder" tempo com outro, requer dedicação, devoção, amor, tudo tem um começo e tudo começa por nós, cá dentro, nas profundezas do desejo.

Será que já alguém descobriu o melhor de ti? Será que sabes o que tens de melhor? 

Não concebo a minha existência dando-me a alguém pela metade, recuso-me a fingir que gosto, a fingir que me dou só para não ficar só.

É necessário estar disponivel, querer dar e receber, caso contrário é continuar a viver na mentira e muitos preferem viver neste registo.

E quando saberemos que a pessoa é a tal? Aquela que quer conhecer-nos? Talvez quando não perceberes que não te escondes, que a caixa fechada a sete chaves já se abriu e o teu sorriso não pára de enfeitar a tua cara.

E mesmo que no fim não seja a pessoa certa, aprendes que consegues ser tu, consegues dar o melhor de ti, e tornas-te uma pessoa melhor sem medo de começar de novo, porque a vida é um cair e um levantar de novo.

Todos queremos ser salvos, que alguém apareça na nossa vida e que lhe provoque alguma emoção.

A paixão dá cor á vida, começamos a ver o céu muito mais azul e o sol muito mais brilhante, sorrimos a toda a hora e ficamos muito mais sociáveis e abertos aos outros, nem ligamos aos que acordam mal dispostos e que dizem uns disparates. 

Depois da paixão passar, ou vem o amor ou tudo acaba. 

Mas de que forma gostaríamos que alguém desse côr à nossa vida? Exigimos tanto dos outros mas não exigimos assim tanto de nós próprios, talvez as cores que o outro tem não sejam os tons que nos interessam, talvez queiramos misturar tons que não existem em nós, ou talvez sejamos tão teimosos que nem procuramos saber se o artista sabe ou não pintar.

O início da paixão é a altura ideal para saber tudo acerca da pessoa, qual a côr preferida, o que gosta mais de comer, o que gosta mais de fazer...mas não fazemos essas perguntas, apenas vivemos a emoção do recomeço e depois...depois quando as cores nem são assim tão brilhantes, continuamos com a vida em branco, e culpamos o outro por não saber pintar, e só encontrámos os cinzentos e os pretos que por sinal também podem colorir uma vida necessitando dos tons do outros para brilhar. 

Precisamos de saber dar e na maior parte das vezes saber receber, não é fácil...mas é possível.