Mudar de direcção...
Quando o meu avô morreu, há 25 anos atrás, a minha avó sofreu bastante. Uma vida inteira a aturar um homem que tinha um feitio difícil, temperamental e ainda por cima mais velho que ela, não é para todas. Mas a minha avó tinha dezoito anos, uma miúda, percebeu que tinha de crescer rápido e naquela altura não se voltava para casa dos país, as decisões eram definitivas. Quando o meu avô morreu, a minha avó ganhou uma vida nova, pensava ela. Era, ao fim daqueles anos todos, livre. Livre. Esta palavra é muito importante e tem o mesmo significado hoje em dia. Terá sempre.
Quando nos separamos de alguém, depois do sofrimento vem a liberdade. A vida dá-nos uma segunda oportunidade de sermos livres. Renascemos das cinzas e não permitimos que ninguém nos diga o que fazer, o que dizer e muito menos para onde ir. Temos que saborear a fantástica sensação de voltarmos a ser nós mesmos. Até parece uma vingança.
Agora imaginem estas pessoas, livres, com medo de voltarem a ser presas. Tudo é uma ameça. As palavras ferem, os actos afastam qualquer aproximação, independentemente se mostramos que respeitamos o seu espaço. Tudo tem de ser á sua maneira.
A minha avó percebeu que afinal era tudo uma questão de respeito e também de afirmação. Percebeu que podia ter voz e opinião e ser amada. O meu avô é que tinha receio disso.
"Às vezes a única forma de prosseguir é mudar de direção."
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1 comentário
De Malu Silva a 04.04.2016 às 18:41
As relações são sempre muito complicadas e nem todos estão preparados para seguir um caminho de duas vias - uma sua e a outra do companheiro - e, que nem sempre, estamos dispostos a abrir mão daquilo que julgamos ser o correto para ouvir o correto do outro.
Sou nova por aqui, mas estou gostando muito dos espaços encontrados!