Não deixem nada por dizer...
"Não deixem nada por dizer, nada por fazer." Esta frase não deixou ninguém indiferente. Falava-se da morte, do fim. Será no fim da vida que nos devemos preocupar em morrer em paz, por nós e pelos outros?
Talvez devessemos pensar no dia a dia. O orgulho tolda-nos o descernimento, por vezes, zangamo-nos por tudo e por nada mas nunca imaginamos que na hora seguinte, no minuto seguinte podemos não ter tempo para fazermos as pazes, pensamos que temos tempo: tempo para a ofensa passar;tempo para esfriar a cabeça; tempo para ter tempo. Quando alguém se zanga, não imagina, não pensa que pode não voltar para pedir: desculpa.
Tenho por hábito sempre que vou trabalhar beijar os meu filhos. Tenho por hábito sempre que chego do trabalho beijar os meus filhos. Nunca sei se os vou ver quando voltar nem se vou acordar no dia seguinte. Quero deixar sempre um contacto, um beijo, para se lembrarem que, pelo menos, se despediram de mim.
Tudo é tão efémero, tudo nos escapa por entre os dedos. Não controlamos nada embora pensemos que sim.
"Não deixem nada por dizer, nada por fazer: todos os dias."