Sacrificio...
Gosto imenso de histórias e as que gosto mais são as histórias das pessoas mais idosas, são fenomenais.
Fiquei maravilhada com a história de uma mulher que teve que abdicar da familia por amor.
Tinha apenas 20 anos quando decidiu fugir com o homem da sua vida e sabia que nunca mais veria a familia. E só ao fim de 30 anos, quando os pais adoeceram é que voltou a conviver com eles.
Em conversa sobre este assunto disse-me muito emocionada, que era muito feliz, que tudo valeu a pena, que sabia que os pais nunca a perdoaram por ter escolhido o amor, mas hoje, e depois da morte de ambos, diz que valeu a pena.
Hoje isto não existe, este amor desmesurado, aflito, sofrego. As pessoas não são determinadas, têm medo, antigamente tudo tinha importância, porque havia pouco de tudo.
Que farias por amor? O que abdicavas por amor?
Hoje em dia é dificil escolher, até porque o amor é descartável, tem validade, ao ouvir esta história de amor, fiquei a pensar no sofrimento desta mulher, terá sido dificil construir uma familia sem as pessoas mais importantes da sua vida, sem a aprovação e o amor dos pais.
Mas acima de tudo tinha uma pergunta que necessitava de resposta: - "Diga-me depois destes anos todos, o seu marido entende o sacrificio que você fez por amor?" E ela sem qualquer tipo de hesitação disse-me: - "Sim, todos os dias de uma forma ou de outra ele demonstra-me que valeu a pena eu ter deixado tudo por ele"
"O amor sem sacrifício é uma ilusão, e o sacrifício sem amor é uma impossibilidade."
(Henri Bordeaux)
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4 comentários
De Fátima Soares a 24.06.2012 às 01:24
Quando diz que a senhora em causa ao fugir com o seu amor, não sabia se ia dar certo e arriscou porque o amor se constrói com sacrifícios eu acho e sei que ninguém foge com outra pessoa sem ter havido primeiro uma empatia forte, depois um diálogo sobre a questão mais à frente quando os sentimentos já apontam para que essa seja a única saída portanto ela quando arriscou já tinha (à partida ainda que não a certeza absoluta) mas algo muito forte que a fez agir assim e que aquilo seria o que queria e o que ele queria. Porque tinha de haver diálogo, uma "relação" de empatia e cumplicidade por pouca que fosse mas de tão forte que a fizesse ficar segura que aquele seria o caminho ainda assim tendo em conta que poderia não ser e se calhar assumindo que se desse errado teria de assumir os seus actos. Portanto basicamente acho que ela arriscou mas não e nunca no escuro porque para acompanharmos alguém e isso levar a uma fuga tem de haver dois a querê-lo e a falar sobre isso combinando horas, dia e quiçá futuramente já alguns sonhos em conjunto e era a esse tipo de "certeza" que me referia. Tem de haver no outro e em nós uma fé e um risco profundos, mas uma cumplicidade e vontade de serem dois, porque quando um não quer dois nunca serão. Perdoe-me mais uma vez não pretendi ser mal educada ou sem impertinente apenas expor o que faria e o que sei que teve de se dar para que ela assumisse essa fuga. Um beijinho e um bom Domingo. Também gosto de escrever sobre coisas que interiorizo e sobre factos que poderão até ser "estranhos" mas que me intrigam e fazem pensar sobre a vida e a minha postura nela. Obrigado !